História de uma Doença - Sífilis


A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada por uma bactéria, Treponema pallidum. Esta doença desenvolve-se em três fases. A primeira caracteriza-se pelo aparecimento de uma pequena ferida com o aspecto de úlcera arredondada de bordos duros, no local onde se deu a penetração, e multiplicação do agente infeccioso. Na segunda fase, os gânglios linfáficos aumentam de volume e surgem erupções na pele formadas por pequenas manchas cor-de-rosa e sintomas relacionados com infecções do fígado e dos rins. Na terceira fase, surgem tumores na pele e nos ossos, problemas cardíacos e neurológicos com convulsões, paralisia, alterações do comportamento e demência.
A sífilis surgiu como uma pandemia catastrófica, de modo súbito, na Europa, em 1494/95, após o regresso à América, em 1493, dos marinheiros de Cristóvão Colombo. Esta teoria sobre o início da doença na Europa, dita «colombiana», é aceite genericamente, embora com algumas reservas, por falta de argumentos científicos sólidos.
Outra hipótese, igualmente precária, é denominada «ambiental».
Admite a possibilidade da sífilis ser uma doença antiga, cuja bactéria causadora sofreu mutações que a tornaram mais virulenta no século XVI.
Em Portugal, os primeiros casos de sífilis surgiram pouco depois da armada de Colombo ter regressado do Novo Mundo e pensa-se que possam ter sido os marinheiros de Vasco da Gama a disseminar a doença para o Oriente na sua primeira viagem até Calecute, em 1498.
A suspeita de que se tratava de um mal «sexualmente transmissível» teve enormes consequências sociais. A prostituição foi perseguida e ilegalizada e surgiu o preservativo, fabricado a partir do intestino de carneiro.

Adaptado de: Caderno de Apoio ao Professor, 9CN, Texto Editora

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